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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Terceiro Milênio: confira a sinopse do tema que exalta Elke Maravilha


Quarta colocada em sua estreia no grupo de acesso da folia paulistana em 2012, a escola de samba Estrela do Terceiro Milênio divulga a sinopse do tema de seu desfile para o próximo Carnaval.
Em 2013, a agremiação da zona sul levará para o sambódromo do Anhembi o enredo "Reluz na constelação da Terceiro Milênio uma maravilha de estrela chamada Elke."
Com desenvolvimento do carnavalesco Eduardo Fêlix, tema irá destacar a trajetória da artista que se tornou muito popular na televisão brasileira nos anos 70 e 80, aparecendo como jurada em programas de calouros e cantores do Chacrinha e de Silvio Santos.
Em suas atuações, ficou bastante conhecida por seus figurinos e perucas chamativas e pelas mensagens positivas transmitidas os espectadores.
Confira a sinopse na íntegra
"Antes de ela vir ao mundo os Deuses disseram-lhe:
- Elke, você vai ao mundo para ser feliz e amada por muita gente, mas também irá ver e viver de um tudo!
E lhe perguntaram:
- Você aceita?
E ela respondeu:
- Aceito, crianças amadas!  Mundo, sinta-se beijado e arrasado."
Introdução
Ela é uma verdadeira dádiva que o Brasil recebeu da extinta União Soviética. Por mais qualidades e adjetivos que procuramos para descrever esta DIVA, falta-nos palavras ou serão poucas. Certamente sua contribuição ao legado artístico brasileiro é única. Sua luta para tornar-se uma cidadã brasileira, sua determinação para viver no país escolhido por seus pais, a superação de uma apátrida, a coragem em ser uma mulher de espírito livre e a frente de sua época, transformaram-na em um
ícone de bravura, de irreverência e de originalidade incrível.
Poucos conhecem a sua história para além  da figura colorida que sempre  apresentou: ela, sexagenária, ainda vive do modo que melhor lhe convém, como a faz sentir-se feliz e à vontade acima de tudo, sem se importar com costumes antigos e regras ditadas pela sociedade.
Sendo para nós um presente russo, soltaremos os laços da felicidade e abriremos este presente divino e, como uma Caixa de Pandora, aparecerá um enorme coração alado, com peruca, anéis, maquilagem, botas, correntes, adornos lindos e muito glamour, que nos levará a uma viagem inesquecível, por aproximadamente, cinquenta e cinco (55) minutos, pouquíssimo tempo para resumir e apreciarmos sua trajetória de glórias e sucessos.
Nascida na Rússia, Elke veio para o Brasil em 1951, com apenas seis anos de idade. Seus pais eram prisioneiros políticos de Stalin e tiveram de fugir da Europa. "Meu pai era agrônomo e quando viemos para o Brasil fomos morar em Itabira, em Minas Gerais. Foi lá que nasceu a brasileira dentro de mim", revelou certa vez.
Estamos falando de Elke Giorgierena  Grunnupp Evremides, ou, carinhosamente, ELKE MARAVILHA, como prefere ser chamada.
Com o comportamento à frente de seu tempo, ela foi discriminada e sofreu repressão por conta do estilo e atitudes nada convencionais. Certa vez deu uma declaração contundente:  "Levei muita porrada e cuspida no início. Fui parar até em hospital. A fantasia você usa no carnaval para ser uma coisa que não é. Eu nasci assim", afirmou.
Com a vitalidade e irreverência de uma garota de vinte anos, Elke costuma dizer que não consegue ser boa quanto quer. "Eu me arrependo de não ter sido uma pessoa melhor porque também não sou tão má quanto quero. Temos uma totalidade dentro da gente e não estamos nem lá e nem cá. A única pessoa que foi total nesse mundo foi Alexandre, O Grande, por conta da dubiedade de seus atos", divaga.
É com imenso carinho que o G.R.C.E.S. Estrela do Terceiro Milênio, convida a todos a brindarem com a taça da alegria, garra, perseverança  e luz a vida dessa show woman, ELKE, não somente  nesta  noite de carnaval, mas para todo o sempre. Ela que foi agraciada com o prêmio Coruja de Ouro nos anos 70 por sua atuação  no cinema, volta a encontrar essa ave, símbolo da sabedoria, para ser homenageada.  Homenagem merecidíssima, pois quem dá um presente esquece, mas quem o recebe (a cultura nacional) jamais. Obrigado,Rússia!
1º setor
UMA DÁDIVA DIVINA, PARA UM PAÍS ILUMINADO: CIDADÃ DO MUNDO
Era uma noite de Inverno em Leningrado, atual São Petersburgo, Rússia. Aos vinte e dois de fevereiro de mil novecentos e quarenta  e cinco (22/02/1945), nascia sob o signo de Peixes com ascendente em Escorpião e lua em Câncer, Elke Giorgierena Grunnupp Evremides, filha de pai russo e mãe alemã. Época difícil na extinta União Soviética, final da  Segunda Guerra Mundial e período de intenso comunismo naquele  país. Seus pais foram perseguidos por Stalin e resolveram imigrar para o
Brasil. Quando tinha apenas seis anos de idade, a menina cruzou o Atlântico com seus pais e instalaram-se em Itabira no estado de Minas Gerais. Após alguns anos resolveram mudar para a cidade de Jaguaraçu, mais ao norte de Minas Gerais.
Aos 20 anos, parte para a Europa e vive dentro de um carro durante 1 ano e meio.
Naturalizada brasileira, perdeu  sua cidadania após se manifestar contra  a ditadura militar, tornando-se apátrida. Revolucionária, Elke foi presa "nos anos de chumbo", em meados da década de 70, no período em que Médici foi o presidente do Brasil, acusada de violar as leis de segurança nacional. "Baixou o espírito russo em mim e rasguei alguns cartazes, no aeroporto Santos Dumont, do Rio, que tinham fotos do filho de Zuzu sendo procurado, quando todos já sabiam que ele estava morto. Mas fiquei só seis dias presa porque me arrumaram  um pistolão", revela.
Ficou seis dias presa e sendo torturada  pelos militares. Só conseguiu sair da cadeia ao dizer que conhecia o filho de Zuzu Angel e porque a amiga arranjou um delegado que a tirou de lá. Anos depois, requisitou a cidadania alemã, a única que possui atualmente.
No início da década de 70 se casou pela primeira vez e foi morar no Rio de Janeiro. O primeiro marido insistiu que ela seguisse a carreira de modelo, foi quando surgiu o primeiro trabalho.
Muito alta e bonita resolveu seguir a carreira de modelo e manequim aos 24 anos com Guilherme Guimarães, tendo trabalhado para grandes
estilistas nacionais. Nos desfiles, conheceu a estilista  Zuzu  Angel e ficaram  amigas. Claro que sua passagem pelo catwalk foi marcada por inovação e originalidade: seu modo de desfilar era marcante.
"Eu fui conversar com o estilista Guilherme Guimarães porque me bateu uma curiosidade e ele pediu para eu voltar no dia tal para provar a roupa para o desfile. A partir desse momento começaram a me chamar para desfilar", conta. Sua amizade com a estilista Zuzu Angel teve início no mesmo período e tudo começou no salão de cabeleireiro Jambert, frequentado por personalidades da época, no Rio, onde as duas descobriram coisas em comum. "Desfilei para ela muitas vezes, mas era mais amiga do que manequim. Acompanhei a mater dolorosa dela. (referência à morte do filho da estilista pela Ditadura Militar) Zuzu não era chorona, dramática. Era trágica! Foi um sujeito homem e isso independe do sexo. Aliás, está faltando esse tipo de figura no país", alfineta.
Elke é professora, tradutora, intérprete de línguas estrangeiras, incluindo o latim. Foi bancária, secretária trilíngue e bibliotecária. Foi também  a mais jovem professora de francês da Aliança Francesa e de inglês na União Cultural Brasil-Estados Unidos.
Foi casada 8 vezes, nunca quis ter filhos e nem se considerava pronta e talentosa para ser mãe, não queria ter filhos por receio de não saber dar amor e educação da forma como mereciam. Até hoje é amiga de todos os seus ex-maridos, menos de um que era extremamente agressivo e ciumento. O último marido era um homem 27 anos mais novo. A multiartista diz que não ter preferência por mais velhos ou mais novos, fala que namorou todo tipo de homem e que não elege um tipo preferido, tem sim pressa. Sempre com suas declarações polêmicas, filosofou: "Fui casadeira e optei por não ter filhos. Os filhos são âncoras e também como educaria uma criança? Esse papel não é para mim porque a cabeça do ser humano é uma armadilha."
2º setor
DESPONTA UMA ESTRELA
A carreira de atriz começou com pequena participação no cinema no filme "Salário Mínimo" (1970), de Adhemar Gonzaga, onde representava uma modelo. Atuou com importantes diretores do cinema nacional e pode desfilar suas múltiplas personas em filmes ecléticos, passando por pornochanchadas e clássicos.
Alguns de seus principais trabalhos estão em "Quando o Carnaval Chegar" (1972) e "Xica da Silva" (1976), de Carlos Diegues, "Pixote, "A Lei  do Mais Fraco" (1980), de Hector Babenco, no qual interpretou Débora, e "Zuzu Angel" (2007), de Sérgio Rezende, onde viveu cantora  alemã. No último foi atriz e consultora. Na televisão, Elke participou das telenovelas "A Volta de Beto Rockfeller" (1973), "Luz do Sol" (2007) e da minissérie "Memórias de um Gigolô" (1986).
"Estou aprendendo  a ser uma atriz, mas considero importantes minhas participações. Gostei de todos os meus personagens, desde os mais engraçados aos mais sérios", conta.
Em 1976, por sua comentada  participação no filme "Xica da Silva", ganhou o prêmio Coruja de Ouro como atriz coadjuvante, prêmio dado pelo INC (Instituto Nacional de Cinema).
Fez show no famoso garimpo de Serra Pelada e afirma que se apresentou  para mais de cem mil homens naquela temporada.
Eis,  em  ordem  cronológica, os trabalhos  realizados  por Elke  no decorrer  de  sua  carreira  nos diversos seguimentos onde atuou como atriz.
No Cinema:
1970 - Salário Mínimo
1971 - Barão Otelo no barato dos Milhões;
1972 - Os machões;
1972 - Quando o carnaval chegar;
1973 - O rei do baralho;
1974 - Gente que transa;
1976 - Xica da Silva a;
1977 - Tenda dos Milagres;
1977 - Pastores da Noite;
1977 - A força de xangô;
1978 - Elke Maravilha contra o homem atômico;
1978 - A noiva da cidade;
1979 - O milagre;
1980 - Pixote, a lei do mais fraco;
1987 - No Rio vale tudo;
1987 - Romance;
1987 - Tanga: Deu no New York Times;
1988 - Wiezien  Rio - Frank;
1999 - Xuxa requebra
2006 - Zuzu Angel;
2007 - Elke no país das maravilhas;
2010 - A suprema felicidade;
2011 - Francisca Carla. No teatro:
Nise da Silveira - A senhora das imagens; Carlota Joaquina; O lobo da madrugada; Orfeu da Conceição; O homem e o cavalo; A rainha morta; Carlota Joaquina; Eu gosto de mamãe; Rio de cabo a rabo; O castelo das sete torres; Viva o cordão encarnado; Elke do sagrado ao profano.
Documentários:
2007 - Elke;
2009 - DZI Croquettes;
2010 - A maravilha de ser Elke.
Trabalhos em Novelas e minisséries:
1973 - A volta de Beto Rockfeller;
1979 - Milagre - O poder da fé;
1986 - Memórias de um gigolô;
1998 - Pecado Capital;
2004 - Celebridade;
2004 - Da cor do pecado;
2007 - Luz do sol;
2009 - Caminho das Índias.
3º setor
ETERNIZADA PELA TELEVISÃO E PELOS EXCLUÍDOS
Elke Maravilha  tornou-se  popular  na televisão  brasileira  nos anos 70 e 80 e caiu no gosto  do público, aparecendo como jurada de programas de calouros e cantores de Chacrinha e de Silvio Santos. Nesses programas sempre usava perucas e roupas chamativas, buscava passar mensagens positivas para os telespectadores.
Polêmica, ela não mede as palavras ao falar do dono do SBT: "Nunca tinha visto o Chacrinha porque o meu pai não deixava a gente assistir à televisão. Eu guardo ótimas lembranças da época em que fui jurada no programa dele. Agora o Silvio Santos é uma pessoa muito  'ruinzinha'.  'Tadinho'!  Mas temos de aprender  muito  com esses 'mauzinhos' que passam por nossas vidas", diz.
E como musa e batalhadora ao longo de muitas décadas, em 2012, Elke Maravilha se aproxima e se apresenta para as novas gerações por meio de uma série ("Morando Sozinho"/ Multishow) em que faz uma síndica retrógada e desprovida de qualquer adereço usualmente associada à figura carnavalesca de Elke. Melhor desafio artístico impossível.
A impressão que fica é que suas fantasias diárias, são na verdade armaduras para que como cidadã consciente possa lutar pelas
pessoas e pelos valores em que acredita.Questiona: "Por que eu não posso fazer de mim uma obra de arte?"e, irreverente, provoca: "Deus errou com a gente. Olha o tigre, olha o leão?", comparando o aspecto vistoso dos animais com a simplicidade do corpo humano.
Verdadeira show woman e ícone gay, Elke Maravilha sempre brilhou nos palcos com sua inteligência aguda e presença marcante e pela defesa dos direitos gays e das minorias e excluídos sociais, tendo recebido homenagens em festivais de  diversidade sexual e sido convidada para ser madrinha da Associação de Prostitutas do Rio de Janeiro. Como sempre, suas declarações são marcadas pela polêmica. Afirmou certa vez: "Eu gosto de gente que é muito. Eu acho que é por isso que eu gosto tanto dos gays. Gay não diminui nunca, sempre soma ou multiplica. Pode até errar, mas erra para mais."
Conclusão
Elke é a "Lady Gaga brasileira", ou melhor, Lady Gaga é a "Elke Maravilha dos americanos". As novas gerações merecem conhecê-la para além de suas personas.
Dra. Nise da Silveira, criadora do Museu de Imagens do Inconsciente, afirmava que Elke é uma Sacerdotisa Dionisíaca, e que, com tal, ilumina caminhos e aquece corações.
Devido a todo seu legado  artístico, Elke Maravilha já faz parte do imaginário popular brasileiro e pode perfilar com mitos contemporâneos como Carmem  Miranda e Artur Bispo do Rosário. Mesclando exotismo, misticismo, alegria, loucura e profundo conhecimento do humano, sua vibração contagiante a faz mensageira de utopias e portadora de esperanças.
Que ela salpique nesta passarela pedras preciosas e que a luz que irradia do seu olhar possa iluminar o céu do país que escolheu para viver e ama. Ela é uma escola de samba ambulante: sua vida é um enredo  repleto das mais diversas histórias e a licerçada nas mais diversas teorias filosóficas; sempre esteve na comissão de frente  de causas importantes; sua imagem mais marcante  para o público em geral é de uma personagem cujo vestuário é composto por roupas que são verdadeiras
antasias e penteados que são alegorias, sempre repleta de adereços; sempre foi muito cortejada pelos homens (mestres-sala) e teve inúmeras paixões e soube bailar conforme a música em muitos momentos tal qual uma porta-bandeira; sua sabedoria de vida e sua ampla cultura (poliglota,fala nove idiomas: russo, português, alemão, italiano, espanhol, francês, inglês, grego e latim ) foram capazes de lhe propiciar harmonia,  além de  uma evolução espiritual e como cidadã da nação que a acolheu; suas risadas escandalosas e sonoras são como um samba  de enredo  para aqueles que ela sempre  fez questão de defender, e seu coração russo-alemão bate no ritmo de uma bateria brasileiríssima.
Certa vez, a diva declarou: "Eu não sou nostálgica, muito pelo contrário, eu tenho saudades  é do futuro." Que o nosso futuro seja vitorioso e que possamos colaborar para perpetuar  o nome dessa estrela na constelação de ícones artísticos nacionais.
Referências:
- Wikipédia, a enciclopédia livre;
- Site oficial de Elke Maravilha;
- Entrevista pessoal.

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