Confira a sinopse na íntegra
Argumento
Até pouco tempo, as pessoas custavam a crer que a África um dia tivesse erguido civilizações. Mas hoje temos consciência que o continente africano foi o berço da raça humana e o palco de algumas das nossas primeiras expressões culturais.
Hoje vivemos numa nação continental, linda por natureza, multicultural e miscigenada onde o encontro de três grandes etnias fez do Brasil um país único. Este encontro entre o índio dono da terra, o branco colonizador e o negro trazido da África para o trabalho, formou a nossa essência brasileira.
Para desfazer uma das grandes lacunas da nossa história, a Leandro de Itaquera traz para o carnaval de 2013 mais um tema que exalta a brasilidade e o orgulho de sermos miscigenados e afros descendestes no sangue e na cultura.
Durante mais de 480 anos da nossa história o negro ora escravo e depois liberto contribuiu para o nosso crescimento como nação e com a força do seu trabalho e sua cultura, hoje tão enraizada no nosso dia a dia: dança, música, arte, religião, culinária, manifestações folclóricas e é claro no nosso jeito de ser, sambista e carnavalesco, esbanjando alegria e calor humano.
É com esta alegria, alegria do samba, do carnaval, do negro, do brasileiro, é que a Leandro de Itaquera tem a honra de trazer para o carnaval de 2013 o enredo: "O LEÃO GUERREIRO MOSTRA SUA FORÇA! É A GARRA E A BRAVURA DO NEGRO NO QUILOMBO DA LEANDRO DE ITAQUERA", e com ele com certeza mostraremos o quão rico e grande é o nosso carnaval, a nossa cultura popular já que nós aqui de Itaquera nos orgulhamos de sermos afros brasileiros.
"... As raízes fincadas em solo estrangeiro
Crescem fortes e guerreiros
Levando adiante a alegria
Que um dia foi um soluçar de dor."
Crescem fortes e guerreiros
Levando adiante a alegria
Que um dia foi um soluçar de dor."
Cesar Moura
Primeiro setor
"Com as bênçãos de Mãe África os tambores da Zona Leste anunciam a chegada do Leão Guerreiro na avenida."
O Leão Guerreiro de Itaquera está despertando para mais uma luta, para mais uma disputa e para mais uma conquista, ele está com sede de vitória.
Os tambores sagrados da Zona Leste ecoam anunciando a chegada da Leandro de Itaquera na avenida que traz consigo e sob as benções de Mãe África, continente berço da existência humana, a garra e a bravura do negro que no Brasil sempre preservou sua cultura.
O Leão Guerreiro da Zona Leste anuncia a chegada da corte negra de Ganga Zumba grande rei da resistência negra no Brasil, formador de um dos maiores quilombos no Brasil: Palmares, uma nação negra dentro do Brasil, rompendo barreiras e resistindo pela força e pela bravura a dura escravidão negra brasileira.
É com a essência e a majestade de Ganga Zumba rei negro dentro do Brasil e com a força do guerreiro Zumbi que a Leandro de Itaquera anuncia o seu carnaval que exaltará a cultura negra e afro brasileira em toda sua maestria e dignidade.
Salve Ganga Zumba, salve Zumbi dos Palmares, salve Mãe África, salve o negro brasileiro e o solo sagrado do Carnaval paulistano.
Axé!!!
"... Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou..."
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou..."
Trecho de "Canto das Três Raças" - Paulo Cesar Pinheiro
* Pontos importantes:
- África - berço da nossa existência, Os guerreiros africanos, Quilombo dos Palmares - resistência negra, Ganga zumba - "o grande rei de Palmares", A corte de Ganga zumba no carnaval paulistano, Zumbi - "o grande guerreiro negro", Os tambores da Zona Leste, Itaquera - solo sagrado - resistência negra, O despertar do "Leão Guerreiro".
Segundo setor
"A Força do Negro, que com braço forte construiu o nosso Brasil."
Durante mais de trezentos anos o negro foi trazido da África para trabalhos forçados no Brasil. De lá vieram negros africanos de várias etnias, de várias nações que foram importantes para a nossa formação cultural afro brasileira, onde destacamos os negros da etnia Banto, Iorubá e Jêje.
Esses negros mesmo escravizados nunca deixaram de lado a sua essência cultural e preservaram todos os seus costumes.
Foi através da força do negro no trabalho escravo que tivemos a alvorecer das riquezas do nosso Brasil, no cultivo da cana no Nordeste, na extração do ouro nas Minas Gerais e centro do Brasil e na cultura do café no Sudeste brasileiro.
Sem duvida não seriamos nada sem o braço forte do negro escravo que além do trabalho e da construção da riqueza do nosso país não se rendeu a escravidão preservando suas raízes africanas.
"Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar..."
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar..."
Trecho de "Navio Negreiro" - Castro Alves
* Pontos importantes:
- O tráfico negreiro, As nações africanas no Brasil, A nação Banto, A nação Iorubá, A nação Jêje, O negro construindo as riquezas do nosso Brasil, O ciclo do açúcar, O ciclo do ouro, O ciclo do café.
Terceiro setor
"Seja na Religião, nas Artes, na Culinária ou em suas Festas , o Negro mostra a sua cultura, sua alegria e seu valor."
O Negro no Brasil sempre soube e conseguiu resistir e preservar a sua cultura e com a imensa miscigenação cultural temos esta cultura presente hoje fortemente no nosso dia a dia.
O negro resistiu através da sua religião preservando as suas crenças e cultos nos seus deuses onde exaltamos a presença do Candomblé, e todas as suas "nações": Ketu, Jêje, Nagô, Fon, etc., espalhadas e cultuadas por todo o Brasil com milhares de adeptos. O Negro também resistiu com o sincretismo religioso e o surgimento da Umbanda, religião tipicamente brasileira e de origem negra africana, com a mistura de elementos do Candomblé com os seus deuses, da Igreja Católica e seus santos e a religiosidade e doutrina Kardecista.
No Brasil vemos também a resistência da cultura africana enraizada em vários segmentos: na dança, na nossa ginga, na nossa musicalidade, nas várias manifestações folclóricas espalhadas por todo Brasil como: o Maracatu, a Congada, o Maculelê, entre muitas outras, na nossa culinária, nas artes, e sem esquecer é claro no samba e no nosso carnaval, motivo maior de nossa existência.
Com isso somos sem duvidas um país extremamente miscigenado e culturalmente afro brasileiro, sendo a nação mais africana fora da África.
"... Na Minh’alma ficou
O samba
O batuque
O bamboleio
E o desejo de libertação."
Trindade, 1961
* Pontos importantes:
- Resistência religiosa do negro - o candomblé, O sincretismo religioso - a umbanda, Resistência e miscigenação cultural, O negro e as festas populares, A culinária de origem negra, A arte africana no Brasil.
Quarto setor
"A Resistência do Samba e o Quilombo Leandro de Itaquera"
A Leandro de Itaquera em seus 30 anos de história no Carnaval paulistano sempre mostrou muito bem a sua vocação para o desenvolvimento de temas enredos voltados a cultura africana e afro brasileira, e isso não é por acaso, sem duvida hoje a Leandro de Itaquera por sua história e por sua tradição no carnaval representa um ponto de resistência da cultura negra e um ponto de resistência do samba e do carnaval, preservando até hoje as tradições, um verdadeiro "Quilombo do Samba Paulistano".
É neste clima de festa e de comemoração em prol da cultura negra no Brasil que a Leandro de Itaquera "pede passagem" as nossas co-irmãs do samba e mostra nossa história cultural negra no carnaval de São Paulo, relembrando cinco grandes carnavais e cinco grandes momentos da nossa história em defesa do samba e da cultura negra.
Em 1988 a "Vermelho e Branco" da Zona Leste com apenas seis anos de existência mostra a sua força conquistando uma vaga no grupo de elite do carnaval paulistano com o tema enredo: "ELO DA PAZ, O ARCO-ÍRIS DE OXUMARÊ, FESTA NA SENZALA", exaltando a cultura e religiosidade do negro brasileiro e sendo campeã do grupo de acesso daquele ano.
No ano seguinte 1989 a Leandro de Itaquera reforça esta sua conquista num carnaval inesquecível: "BABALOTIM, A HISTÓRIA DOS AFOXÉS", carnaval este que até hoje esta na memória dos sambistas de São Paulo por ser um carnaval marcante, divisor de águas e com seu samba cantado por muitos e considerado um dos melhores sambas de enredo das últimas décadas.
Em 1992 a Leandro traz para a avenida mais um tema afro: "BATUQUE, A FORÇA DE UMA RAÇA", num carnaval memorável e até hoje um hino dentro da nossa comunidade de Itaquera.
Já em 1996 amargando estar novamente no grupo de acesso trás para a passarela do samba o enredo: "300 ANOS DE ZUMBI, A FESTA É NOSSA", dando a volta por cima e num grande campeonato retoma o seu lugar ao grupo especial do Carnaval paulistano.
Em 2008 também no grupo de acesso a Leandro de Itaquera conquista novamente seu lugar entre as grandes escolas de São Paulo com o tema: "AFRO BAHIA, DA REVOLTA DOS MALÊS AO ESPLENDOR DE UM NOVO DIA, A ROMA NEGRA INVADE ITAQUERA NESTE DIA DE ALEGRIA", mais um carnaval memorável exaltando este imenso Brasil de herança africana e de essência afro brasileira.
Para o Carnaval de 2013 reforçaremos mais ainda esta nossa identidade negra no carnaval paulistano, pois acreditamos da cultura do samba, do carnaval e nesta raiz brasileira miscigenada e afro brasileira onde : "O LEÃO GUERREIRO MOSTRA A SUA FORÇA! É A GARRA E A BRAVURA DO NEGRO NO QUILOMBO DA LEANDRO DE ITAQUERA".
Pedimos a benção e o axé de Mãe África, e saudamos o nosso povo, nossa cultura e nosso carnaval. Axé!!!
"... Axé pra quem tem fé, e quem não tem...Axé para você também."
Trecho do samba de enredo de 1989 da Leandro de Itaquera
* Pontos importantes:
- A musicalidade, ritmo e a ginga do negro, O samba como forma de resistência, Escola de Samba - zona da paz, ponto de resistência da cultura negra, Carnavais afros da Leandro de Itaquera, "Elo da Paz - O Arco-íris de Oxumarê, Festa na Senzala", "Babalotim - A História dos Afoxés", "Batuque - A força de uma raça", "300 anos de Zumbi - A festa é nossa", "Afro Bahia - Da revolta dos Malês ao esplendor de um novo dia, a Roma negra invade Itaquera neste dia de alegria", O Leão Guerreiro da zona leste "pede passagem" em homenagem ao samba e suas coirmãs, Leandro de Itaquera - "Quilombo do samba paulistano".
Sinopse escrita e desenvolvida por: Rodrigo Cadete
Montagem Técnica
Primeiro setor: "Com as bênçãos de Mãe África os tambores da Zona Leste anunciam a chegada do Leão Guerreiro na avenida."
- Comissão de Frente: "Os Guerreiros de Zumbi"
- Primeiro Casal de Mestre-Sala / Porta Bandeira (Pavilhão Oficial): "Com as bênçãos de Mãe África"
- Ala 01 (Baianas): "Mãe África, berço da nossa existência"
- Carro Abre-Alas: "O Leão Guerreiro da Zona Leste convoca a corte de Ganga Zumba, nosso grande rei
- Primeiro Casal de Mestre-Sala / Porta Bandeira (Pavilhão Oficial): "Com as bênçãos de Mãe África"
- Ala 01 (Baianas): "Mãe África, berço da nossa existência"
- Carro Abre-Alas: "O Leão Guerreiro da Zona Leste convoca a corte de Ganga Zumba, nosso grande rei
Segundo setor: "A Força do Negro, que com braço forte construiu o nosso Brasil."
- Ala 02: "A Nação Banto"
- Ala 03 (Bateria): "Com as bênçãos de Xangô, a Nação Iorubá"
- Ala 04: "A Nação Jêje"
- Casal de Mestre-Sala / Porta-Bandeira: "As Riquezas da Terra Brasil"
- Ala 05: "As riquezas do nosso Brasil 1 - Ciclo do Açúcar"
- Ala 06: "As riquezas do nosso Brasil 2 - Ciclo do Ouro"
- Ala 07: "As riquezas do nosso Brasil 3 - Ciclo do Café"
- Carro 02: "A força do Negro e a construção das riquezas do nosso Brasil."
- Ala 03 (Bateria): "Com as bênçãos de Xangô, a Nação Iorubá"
- Ala 04: "A Nação Jêje"
- Casal de Mestre-Sala / Porta-Bandeira: "As Riquezas da Terra Brasil"
- Ala 05: "As riquezas do nosso Brasil 1 - Ciclo do Açúcar"
- Ala 06: "As riquezas do nosso Brasil 2 - Ciclo do Ouro"
- Ala 07: "As riquezas do nosso Brasil 3 - Ciclo do Café"
- Carro 02: "A força do Negro e a construção das riquezas do nosso Brasil."
Terceiro setor: "Seja na Religião, nas Artes, na Culinária ou em suas Festas , o Negro mostra a sua cultura, sua alegria e seu valor."
- Ala 08: "O Candomblé e a Religiosidade do Negro"
- Ala 09: "A Umbanda e o Sincretismo Negro"
- Ala 10: "A dança e Musicalidade do Negro"
- Casal de Mestre-Sala / Porta-Bandeira Mirim: "O Rico Folclore Brasileiro"
- Ala 11: "Congadas, Maracatus, Maculelês: As festas de origem negra no Brasil"
- Ala 12: "A Culinária de origem Africana"
- Ala 13: "As Artes Negras no Brasil"
- Carro 03: "O Negro e a Miscigenação Cultural - Orgulho de sermos Afro-Brasileiros."
- Ala 09: "A Umbanda e o Sincretismo Negro"
- Ala 10: "A dança e Musicalidade do Negro"
- Casal de Mestre-Sala / Porta-Bandeira Mirim: "O Rico Folclore Brasileiro"
- Ala 11: "Congadas, Maracatus, Maculelês: As festas de origem negra no Brasil"
- Ala 12: "A Culinária de origem Africana"
- Ala 13: "As Artes Negras no Brasil"
- Carro 03: "O Negro e a Miscigenação Cultural - Orgulho de sermos Afro-Brasileiros."
Quarto setor: "A Resistência do Samba e o Quilombo Leandro de Itaquera"
- Ala 14: "1988 - Elo da Paz, o Arco-íris de Oxumarê, Festa na Senzala"
- Ala 15: "1989 - Babalotim, a História dos Afoxés"
- Ala 16: "1992 - Batuque, a Força de Uma Raça";
- Ala 17: "1996 - 300 anos de Zumbi, a Festa é Nossa"
- Ala 18: "2008 - Afro Bahia, da Revolta dos Malês ao Esplendor de um novo dia, a Roma Negra Invade Itaquera neste Dia de Alegria";
- Casal de Mestre-Sala / Porta Bandeira (Pavilhão de Enredo): "O Quilombo da Leandro de Itaquera";
- Ala 19 (Velha Guarda): "Leandro de Itaquera pede Passagem em Respeito às Tradições"
- Carro 04: "É carnaval e o Negro está em festa, exaltando a tradição e o Quilombo do Samba Paulistano - Leandro de Itaquera."
- Ala 15: "1989 - Babalotim, a História dos Afoxés"
- Ala 16: "1992 - Batuque, a Força de Uma Raça";
- Ala 17: "1996 - 300 anos de Zumbi, a Festa é Nossa"
- Ala 18: "2008 - Afro Bahia, da Revolta dos Malês ao Esplendor de um novo dia, a Roma Negra Invade Itaquera neste Dia de Alegria";
- Casal de Mestre-Sala / Porta Bandeira (Pavilhão de Enredo): "O Quilombo da Leandro de Itaquera";
- Ala 19 (Velha Guarda): "Leandro de Itaquera pede Passagem em Respeito às Tradições"
- Carro 04: "É carnaval e o Negro está em festa, exaltando a tradição e o Quilombo do Samba Paulistano - Leandro de Itaquera."
( Ala das crianças (na quarta alegoria) - "A nossa vermelho branco do amanhã )
Rodrigo Cadete / Fabio Flisch
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