No primeiro setor, chamado "Devoção e Fé - O batismo de Sacopenapã'', a Vermelho e Branco pretende mostrar a parte histórica e tribal da origem do primeiro nome do bairro de Copacabana. Já no segundo momento, denominado ''A Nova Copacabana'', a parte glamourosa do bairro será contada, sobretudo com a influência francesa. A parte cultural de Copacabana aparece no terceiro setor - ''Copacabana Cultural''. Este momento do desfile abordará, entre outras coisas, o surgimento da ''Terceira Cinelândia Carioca''. No encerramento, a fé ganha espaço com referências às festas para Iemanjá celebradas nas areias da praia mais famosa do mundo.
A Alegria da Zona Sul será a segunda escola a desfilar no sábado de carnaval pela Série A, grupo de acesso à elite do carnaval carioca.
Confira o texto da sinopse:
"Devoção e Fé - O Batismo de Sacopenapã
Sacopenapã teve na fé a diversificação da sua cultura. Um bispo da igreja católica do Rio de Janeiro acreditou que Nossa Senhora de Copacabana (Kopakawana), a santa soberana das águas, salvou a vida de alguns pescadores nativos em alto-mar, durante um naufrágio. Dessa forma, o bispo da Igreja Católica do Rio de Janeiro emancipou Nossa Senhora de Copabacana (Kopakawana) em nossas terras e mandou construir uma igreja no alto das pedras, perto das águas do mar, em sua homenagem (séc. XVIII). A santa ganhou fiéis e seguidores, se tornando por aclamação nome do lugar e a virgem padroeira da "nova Copacabana", a riqueza mais bonita que o Rio de Janeiro estava para conhecer. Um verdadeiro paraíso tropical.
A Nova Copacabana
O bairro passa ganhar vida e o povo a conhecer e visitar o lugar de Nossa Senhora de Copacabana. No início do século XIX, um grupo de artistas franceses veio para o Rio de Janeiro com a missão de transformar o pensamento da sociedade e as artes em geral. A missão revolucionou a sociedade e a arte carioca, transformando o Rio de Janeiro. Com mudanças no sistema acadêmico, houve uma difusão de idéias quanto às Belas Artes e à Arquitetura Neoclassicista. Copacabana acabou sendo o bairro que mais aderiu aos "ideais" franceses, se tornando a "morada" da arte francesa no Rio de Janeiro.
Junto da influência francesa, surge no bairro um novo um grupo de artistas. Os "vendedores de arte", que faziam das ruas de Copacabana as suas paisagens, vendendo quadros com as belezas naturais do Rio de Janeiro. Os vendedores foram inspirados pelos artistas franceses que vieram para o Rio de Janeiro junto com a missão artística, trazendo consigo uma arte ainda desconhecida na cidade, a "arte natural".
No inicio do século XX, devido aos avanços armamentistas e as evoluções na tecnologia naval, o Rio de Janeiro decidiu proteger a sua costa e construir uma fortaleza à beira-mar. Em 1914, o presidente da república, Marechal Hermes da Fonseca, inaugura o forte de Copacabana, a "Fortaleza na Ponta da Igrejinha". Com grande apelo cultural, por ser construído junto à Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, o forte se torna um patrimônio, sendo hoje um dos cartões-postais da cidade.
Copacabana Cultural
Consagrados nomes da música se tornaram adeptos e criaram em Copacabana (meados dos anos 50 e 60) o Beco das Garrafas - primeira morada do estilo que iria revolucionar a música do Brasil, que, com seus bares, boates e cabarés, se firmava como o centro de artistas e personalidades do Rio de Janeiro e o bairro seguia sua evolução natural, tornando-se um "refúgio da arte e da cultura". O dedilhar de um violão à beira-mar... Canções de amor... Tudo deixava de ser apenas um sonho, e se tornava símbolo do nosso bairro.
Um desses grandes músicos, pioneiros na Bossa Nova, fez de Copacabana sua musa inspiradora para uma canção que tocou no sentimento do carioca. Antônio Carlos Jobim - Tom Jobim - interpretava a canção de João de Barro e Alberto Ribeiro, uma das mais belas canções em homenagem a toda beleza do bairro carioca.
Tal músico, aliado a outros grandes artistas como Nara Leão e Braguinha, consagrou uma travessa sem saída, chamada de Duvivier, que fez sucesso durante anos, fazendo da noite em Copacabana a morada da boemia e da boa música.
Assim, o bairro se desenvolvia... Seu pedaço de terra passara a ser disputado por muitos. Lugares rústicos e pobres são adotados por pessoas humildes e trabalhadoras... Dos barracos das favelas "chiques" de Copacabana, surgiam versos e melodias geniais, de mestres do samba... Bezerra da Silva, Doca, Alcides Fernandes, Haroldo Santos... A arte popular se prosperava ali.
Com desenvolvimento de misturas de ritmos musicais, surgem as marchinhas, e o carnaval de rua passa a ganhar destaque no cenário nacional, principalmente em Copacabana. As ruas enfeitadas... confetes e serpentinas, amores e paixões de um tempo que parecia infinito... O bairro se tornava o lugar onde bailes e blocos gostavam de brincar. Seu chão era romântico, o clima nostálgico encantava... Afinal, quem não se divertia no famoso "banho de mar a fantasia"?
A Princesinha do Mar - Um Cartão-Postal do Brasil
E assim, de mãos dadas com a alegria... Vamos terminar de onde começamos, com fé... Fé que batizou esse lugar, fé capaz de fazer o homem sucumbir a todos os defeitos de uma vida, que refaz o seu sincretismo na terra e no mar. Nossa Senhora de Copacabana recebe de braços abertos, Iemanjá, a Rainha do Mar. Todo ano, antes da tradicional festa de réveillon, é organizada uma festa em forma de procissão, homenageando a rainha e abrindo os caminhos para o ano que virá.
Iemanjá, santidade de religiões afro-brasileiras, é louvada e adorada no Brasil, tendo milhares de fiéis que seguem este ritual desde 1950, quando um grupo de candomblecistas fez pela 1ª vez a procissão em direção ao mar de Copacabana, levando oferendas, perfumes, frutas, espelhos, jóias e flores, para pedir paz, amor, prosperidade, felicidade e sorte para o próximo ano. A procissão segue o seu cortejo e no final, um barco é jogado ao mar com os pedidos dos devotos, agradecendo ou pedindo a chegada de ano melhor.
Hoje, Copacabana recebe e sente o seu povo... É o lugar onde cada um pode sentir a paz e o clima ideal para viver. É ideal para a terceira idade... É ideal para os esportes graças a sua orla... É ideal para eventos culturais e artísticos... Sua história mostrou que Copacabana pode receber tudo e todos com o mesmo carinho.
E o destino colocou Copacabana no caminho do Alegria da Zona Sul. Teu centenário se confunde com a nossa fundação (1992). Junto ao samba, criou mais um capítulo na sua história. Da inspiração de poetas boêmios, sambistas de fato e apaixonados por carnaval, nasce uma jóia. De uma fusão de dois blocos carnavalescos, no dia 28 de junho de 1992, o Alegria da Zona Sul se torna a "minha escola do coração". Escola que não esquece suas raízes e nem os talentos e mestres do seu passado. O nome de Copacabana está no altar do samba.
SACOPENAPÃ!"
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